quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Memórias

Jaz dito nestas flautas dengosas,
Violões, sinos, harmoniosas:
“Já morto neste solavanco,
Definhando-me os doces,
Os sentires, amores.
Sorte é quem tem
Fiel afago,
Pois em leito
Lembranças.
Passo.”





Por Pedro Nunes Rodrigues

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Apenas um sonho


Seus olhos não pareciam os mesmos. Ela via tudo de apenas uma cor. Uma única cor. De início, era tudo preto, tão preto que nem ao menos distinguia os objetos á sua frente. Aos poucos, a tonalidade do ambiente foi se modificando, até ficar como uma antiga foto preta e branca. Era um equilíbrio perfeito, dando ao ambiente em perfeita harmonia. Caminhou entre o jardim em que se encontrava, notando que era a única forma que possuía cor. Havia alguns bancos de madeira espalhados homogeneamente, junto á algumas árvores organizadas como um círculo. Para completar, centenas de flores de pétalas diferentes, no entanto, todas com uma coisa em comum: a cor, ainda eram todas negras. Aos poucos, ela sentiu o que parecia a saudade e em seguida, a esperança de voltar ao seu mundo antigo. Junto àquela emoção, o ambiente também começou a ser recheado com um verde, aquele verde belo das folhas da árvore, do caule das plantas e da grama rala. Voltou a caminhar pelo grande jardim, circulando as árvores e tentando encontrar alguma outra pessoa. Tentava acordar do seu sonho. Ou pelo menos, achar algum sentido para ele.
Seus pés bateram de modo desajeitado em uma raiz, fazendo com que a menina caísse sobre a grama macia. Não se machucou, mas ouviu algo como um trovão quebrando o céu e em seguida, a cor marrom preencher o ambiente. As árvores possuíam as cores completas e os bancos pareciam mais vivos, até mesmo mais resistentes. Levantou-se, percebendo que nem mesmo com o susto da queda havia sido acordada. Foi até um dos pequenos bancos, sentando-se no mesmo e encolhendo de modo que pudesse abraçar os próprios joelhos. O único som ouvido até então era o do trovão e nada mais. Era como se estivesse em um silêncio profundo que nem mesmo sua respiração conseguia quebrar. Tentou falar, mas não conseguiu. A fala não era algo que pertencesse àquele lugar.
Começou a se sentir sozinha, como se fosse á única no mundo. Como se o apocalipse finalmente tivesse chegado. Levantou-se com os olhos cheios de lágrimas e foi caminhando até o que deveria ser um caminho de pedras. Parou sobre um quadrado de granizo, ficando sobre ele e pensando se deveria segui-lo. Talvez possuísse alguém em seu fim. Uma lágrima escorreu pela sua bochecha e pingou sobre o local, liberando o que deveria ser a cor cinza. A sua solidão. Todo o granizo se preencheu com aquele tom. Era por lá que ela deveria seguir. Aquele era o seu caminho; o de quem anda só. Pulou de quadradinho em quadradinho, tentando em vão se animar e voltando para um círculo como o de antes. Mas neste, possuíam apenas rosas. Rosas brancas, sem cores. Rosas cinzas esperando algo para colori-las e tira-las daquela solidão. Ajoelhou-se ao lado do arbusto, levando seus dedos até o caule da planta prestes á tirá-la. Sentiu um espinho perfurar seu dedo, fazendo-lhe sentir uma grande dor. Porém, não era dor física. Era uma dor no peito. Era o amor ardendo em seu peito. O corte começou lentamente a sangrar, deixando uma pequena gota cair sobre a rosa que antes esperava ser. Junto á toda aquela dor chamada amor, algumas das rosas foram pintadas, tomando a cor do sangue da jovem. Mais lágrimas escorreram por sua bochecha, no entanto, elas já não coloriam nada. Ao menos seu sangue havia servido de algo. Agora, ela tinha um jardim de rosas brancas e vermelhas, todas juntas em uma perfeita harmonia.

A dor em seu peito não parava, pelo contrário, ficava ainda mais intensa. Levantou-se e começou a correr, passando de leve as costas da sua mão sobre a bochecha, tentando conter as lágrimas. Correu o mais rápido que pode. Correu até seus pés não agüentarem mais. Correu tanto que se esqueceu do machucado em seu dedo e quando se lembrou do mesmo, sua mão já estava encharcada de sangue. Agora, só havia um vasto campo de grama, com um rio há poucos metros. Usou suas últimas energias para chegar até o rio, parou na beirada do mesmo e preparou-se para lavar sua mão com água sem cor. Era tão transparente que quase não era possível enxergá-la. Aquele mundo ainda não possuía o azul. Colocou a mão sobre o rio, sem sentir nem ao menos o toque da água sobre a sua mão. Podia ver o sangue manchar o rio com toda a sua dor. Sentiu-se tonta, cansada e atordoada.
Seu corpo amoleceu e foi parar dentro do riacho, sendo engolida pela água transparente. Para sua sorte, havia conseguido recuperar a consciência á tempo de colocar os pés sobre o chão e não ser carregada pela correnteza. A água do rio passava entre seu corpo, mas não era o seu físico que ela sentia-se lavando. Todas as suas emoções foram levadas e junto delas, a sua cor. Agora, era ela quem não representava nada naquele mundo. Pensou ter ouvido o som da água enquanto a cor azul preenchia o céu e o líquido cristalino do local. Saiu de dentro do rio, sentindo suas vestes completamente secas – o que era extremamente anormal ainda naquele mundo. Ela já não possuía machucados, nem cor, nem emoções. Era apenas um corpo vazio, sem vida e com uma alma solitária. Novamente um trovão, mas nenhuma nova cor, afinal, tudo á sua volta já parecia colorido. O céu, a grama e o riacho. O som vinha do céu e eram nuvens negras carregadas de chuva. Não teve tempo de correr nem de se esconder e logo o céu desabou sobre a mesma. Agora, não eram apenas os tons que preenchiam o local, mas também, os sons. Seus passos sobre a grama, das gotas caindo sobre corpo e até mesmo de seu respirar.
Abraçou a si mesma, tentando se consolar diante da situação. Frio. Começou a sentir frio, uma sensação também nova para aquele lugar. Seu tato havia sido devolvido e aos poucos, sentia suas emoções voltarem a fluir como a água. O mesmo que havia lhe limpado, tirado todas as suas cores e dores, estava lhe devolvendo. Mas agora, ela se sentia mais viva, com o cabelo mais ruivo do que antes e as emoções mais intensas. Estava feliz por estar ali, longe de todo o mal do mundo, onde ninguém podia lhe tocar. Diante de toda aquela felicidade; daquela emoção nova para o local, notou o amarelo se espalhar, criando um sol que aos poucos sumiu com toda a chuva. O frio se transformou em calor. A felicidade em compaixão. Não se faltava mais nada naquele lugar, pois aos poucos, novas cores pareciam preencher cada mínimo objeto.
Roxo. Laranja. Rosa. E milhares de outros tons completaram o que faltava em seu jardim. Em sua vida. Outro som invadiu o local, mas não era como os outros, esse era como um chiado que incomoda o ouvido de qualquer um. Tentou não escutar todo aquele barulho e começou a ficar com medo. Fechou os olhos querendo acordar, mas não conseguia. Estava presa ali, em seu novo mundo. Concentrou-se, porém, nada aconteceu. Começou a sentir sua cabeça latejar e abriu os olhos, vendo todos os objetos á sua volta tremerem diante o som. Aos poucos tudo foi sumindo, virando fumaça. Em segundos o local estava completamente tomado pelo mau cheiro. Seus olhos queimavam e se sentia ficando surda. Seu mundo acabava lentamente, junto de toda a sua felicidade. Junto ao seu corpo, que ia perdendo os órgãos. Perdendo suas emoções. Até mesmo sua alma parecia querer fugir daquela tortura. Foi aí que tudo acabou, como se nada fosse importante, como se sua vida não valesse á pena.


Por meu grande amigo, Guilherme Scardua Dellacqua

sábado, 16 de julho de 2011

Mar Alto

    Aos poucos a iluminada face do dia se escondia, engolida pela escuridão das nuvens. O ar úmido condensava-se as alturas do céu encobrindo o mar com a chuva grossa. Suas gotas desciam com tal velocidade que doíam ao tocar a pele. O vento - antes manso e acalente - era como navalha rasgando a pele e arranhando os ossos. A tempestade caia podendo levar fracos homens à hipotermia facilmente. E em meio as ferozes ondas, Pedro e Catarina XIII surgiam como suicidas perante a natureza sobre-humana.
    Catarina, velha senhora, pertencia ao pai de Pedro e fora passada a ele hereditariamente. Em virtude a sua idade, ela não suportaria por muito mais tempo a força do mar e do ar. Pedro tentava manter-la firme e superar as cristas. O casco – já rachado de quando fora arremessada as pedras – rangia a cada baque de cada onda. Catarina já era incapaz de suportar. A água infiltrava, o mastro se torcia e rompia e as ondas, sem piedade, investiam segundo após segundo, sem propor rendição, sem lhe dar um pouco que seja de ar para que possa respirar. A morte de Catarina não seria honrosa, lenta e nem majestosa. A última onda fora cruel, com seu tamanho mais avantajado do que as anteriores. A embarcação fora engolida completamente, voltando à superfície sem nenhum ponto ainda intacto. Pedro, impotente, se agarrava a ela, agora. Mais uma fenda fora aberta na madeira velha fazendo com que ela afundasse a bombordo em questão de segundos. Catarina XIII chorava e rangia em quanto ia ao encontro do fundo do mar.
    Pedro – lançado ao mar pelas ondas – observava o presente de leito de morte de seu pai perder as forças, derrotada e digerida pelo mar. Futuro agrado a Poseidon, agora. A deriva, o homem não possuía mais nada. Era pescador e, como todo pescador, sua sobrevivência dependia do mar e de seu modo para trafegar sobre ele. Dos dois, um havia se perdido eternamente e o outro se rebelado.
    Sozinho, ele deveria encarar o mar. Era apenas um homem a enfrentar toda a lâmina d’água rígida e impiedosa. Os paredões de mar se formavam brincando com ele, torturando-o. Em poucas ocasiões ele era capaz de por suas narinas na atmosfera inspirando com dificuldade o ar e as gotículas da chuva. Até sua respiração o torturava, pois a água salinificada adentrava por vezes em suas vias respiratórias arranhando a traquéia o que fazia sua respiração lhe causar dor mesmo que no disperso ar. Seus ossos, juntas e dedos doíam em função da temperatura quase negativa da água do mar. Nem o choro lhe era permitido, pois os olhos abertos serviriam como mais um presente para a natureza poder torturá-lo ainda mais.
    Aquele era o seu inferno pessoal. Pedro preferia uma morte rápida, porém sua vida se dissipava lentamente. A fúria do oceano era implacável e ria da dor do pobre pescador. O sofrimento o tomava, seus sentidos se perdiam. Cada elevação do mar o acertava com a força de um trem, tirando dele o ar, a vida. Mesmo sem ver, falar, ouvir ou respirar, era capaz de sentir naqueles minutos mais longos de sua vida, toda a dor que a natureza poderia lhe infligir.
    Seu corpo em escuridão plena. O ar havia se perdido por completo e líquido regia o seu lugar em quanto afundava sem lutar. Os segundos sufocantes antes do fim lhe impediram de pensar. Tudo se perdia: a consciência, a essência. O funeral seria ali, no mar, junto a sua amada Catarina XIII. Adeus Pedro; adeus Catarina.


Por Pedro Nunes Rodrigues

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Soneto da devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!







Por  Vinícius de Moraes

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Soneto do Despranto


Soneto do Despranto


E arde o sol ao rosto deste
Desgraçado, que vida em pranto,
Sem ter esperança que possa-lhe
Desvirtuar todo este manto.

Em quanto espera lua chegar,
Assaltar toda essa mágoa
Intrínseca ao foco no olhar,
Ponderado ao modo de andar.

Quando este devaneio cessar,
Livre calma alma se tornará,
Feliz de novo estar a sonhar.

E arde o sol ao rosto deste
Graçado, por andar sobre este
Passado estorvo desgraçado.



                                                       Por Pedro Nunes Rodrigues

terça-feira, 1 de março de 2011

Última carta de amor e ódio



Ei,


    Não sei como começar isso, não sei nem o que começar a dizer para você tudo o que já foi dito, mas espero que entenda agora, isso já está além do meu controle. Eu realmente sonhei com você, realmente te quis, quis a sua alma, assim como dei a minha de livre e espontânea vontade, porém, não foi o suficiente para você não é? Ou melhor, foi até demais, não foi? Eu realmente te amo e realmente te amei, mas sofro como se minha chegada ao inferno tivesse sido antecipada pela sua simples ação de me dizer adeus primeiro. Sabe o que eu digo para você agora: “Adeus”. Um dia, tenha certeza, você amará alguém (e digo isso se referindo a uma vaga lembrança que você terá de nós) e sentira toda a dor que eu sinto nesse momento. Não sei se isso é uma previsão ou uma maldição que rogo sobre você, mas ainda quero que você saiba tudo o que fez. Muito além que as dores do corpo (como a cicatriz que você fez em meu pulso e a vontade de abri-la novamente) são as dores que você me fez sentir em minha alma, que agora, sempre estará marcada pela sua presença desconfortante e iluminadora. Todos os sentimentos que sentimos juntos foi apenas uma calmaria antes da tempestade que me sugaria para baixo do solo, e não diga que a culpa não foi sua. Tanto minha como sua é a culpa, mas agora, quem mais sofre não é você, pois quem amava mais não era você, e isso é o que te permiti seguir em frente e me deixar aqui nesse frio inverno sozinho. Você foi quem tinha trago o sol, e você o levou, me deixando apenas com um resquício de calor que ele tinha me dado. Agora? Agora eu procuro um aconchego nas lembranças que restaram, como quando estávamos em minha cama, abraçados e nos beijando e fora daquelas portas e janelas não havia mais mundo algum. Você se lembra disso? E não me diga que aquilo não foi real, pois eu só estive em seu coração em um breve momento de fúria, mas pude sentir parte da verdade quando fiz isso. Mas foi você quem quis, foi você quem quis quebrar o laço que nos uniu, e conseguiu, deixando apenas uma sobra, um fantasma ainda forte e denso que me prende a você e faz a dor cada vez penetrar mais no fundo de minha alma. Sabe o motivo de eu escrever apenas está carta antes do último ato sendo que poderia escrever para meus pais, meus avôs, meu irmão e meus amigos? O motivo de apenas escrever para você é a culpa e por que eu sempre escrevia somente por você tentando fazer você feliz com cada gesto, cada sorriso, mas volto a dizer que você não queria isso, você prefere estar longe e olhar de longe, em quanto poderia ter tudo perto de você. Cansei de derramar minhas lágrimas, e agora, irei derramar meu sangue para ver se encontro algum destino. Vá e escolha quem você quiser, use quem você quiser, mas um dia você irá lembrar, eu sei que irá lembrar, e se arrepender, pois não estarei mais aqui e em nenhum lugar pertencente aos vivos. Está vai ser a minha última carta, de quanto eu te odeio e de quanto eu te amo, e como ainda te amo.


Veremos-nos no inferno (ou não),
Adeus!










                                                                                   Por Pedro Nunes Rodrigues

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Roleta russa

Uma sala de madeira, talvez carvalho, um estofado velho, porém, elegante, cores escuras e apenas uma lâmpada acesa iluminando tudo com sua fraca luz. Só uma janela era visível mais fechada e com suas cortinas estendidas ao máximo que lhes era possível, como quem estivesse ali dentro não quisesse mais a luz, e só a escuridão o lembrava que algo ainda podia ser real. Uma mesa de madeira e uma cadeira se encontravam ao canto sul, em frente a uma porta dupla fechada a chave ao lado norte da sala. Quadros elegantes estendidos ao logo das paredes, provavelmente comprados em leilões por partes diversas do mundo. O silêncio reinava, exceto por a quase inaudível voz dele ao telefone, tentando sufocada e desesperadamente salvar algo que não havia salvação. Seu terno antigo e favorito estava amarrotado em seu corpo magro e definhado e em seu rosto pálido se destacava as lágrimas frias e salgadas. Em cima da mesa estava o telefone ainda de décadas antes de sua época, ligado a um fone segurado pela mão quase sem forças para manter-lo estendido a altura de seu ouvido. Em sua outra mão, se encontrava o revolver frio e ainda virgem de sangue.

Sua voz ainda falava em alguns poucos intervalos de tempo dizendo falas sem

sentido para aqueles que não possuem um coração ferido e enrustido de dor. “Mas a eternidade não é algo que exista e às vezes, o amor não é recíproco” dizia a voz no outro lado da lin
ha um segundo antes de desligar o telefone. A voz dela era fria e gélida, como quem não se importasse com o que poderia acontecer a ele em seguida, e talvez ela realmente não se importasse. A leve e calma respirada dele foi o único som que se podia ouvir após o telefone ser desligado e jogado ao chão com tristeza oculta pela raiva que ele demonstrava. Em cima da mesa agora, só restava uma única bala, um único projétil quieto e silencioso que gritava na mente dele. Um copo de uísque preparado e tomado lentamente e em sua mão o projétil se encaixava em uma culatra do tambor, deixando as outras quatro vazias.

O som do tambor se fechando e sendo girado mal se era audível ao ouvidos que não queriam escutar mais nada. Seus olhos fixavam-se ao teto em quanto o tambor parava aos poucos de girar e sua mão estendia a arma lentamente. O cano deslizou sobre sua pele e seu rosto até a lateral de sua cabeça. O tambor parou, mas ele não queria saber onde o projétil se encontrava. Era o modo dele saber, se era a vida ou a morte a quem deveria obedecer. Era o modo de ele encontrar o fim, a paz, pois sabia que encontrar-la de ali em diante seria uma tarefa impossível de ser realizada por suas próprias mãos ou pelo seu coração. Fechou os olhos e respirou bem devagar sentindo o dedo deslizar pelo gatilho liso e frio. As mãos tremiam e as lágrimas desciam cada vez mais. A luz se tornava cada vez mais escassa e a temperatura parecia cair a cada lento segundo. Uma última lágrima tocou o chão e a arma fora disparada, para a vida ou para a morte.


Por Pedro Nunes Rodrigues