quinta-feira, 12 de janeiro de 2012
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Memórias
Violões, sinos, harmoniosas:
“Já morto neste solavanco,
Definhando-me os doces,
Os sentires, amores.
Sorte é quem tem
Fiel afago,
Pois em leito
Lembranças.
Passo.”
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Apenas um sonho
sábado, 16 de julho de 2011
Mar Alto
Catarina, velha senhora, pertencia ao pai de Pedro e fora passada a ele hereditariamente. Em virtude a sua idade, ela não suportaria por muito mais tempo a força do mar e do ar. Pedro tentava manter-la firme e superar as cristas. O casco – já rachado de quando fora arremessada as pedras – rangia a cada baque de cada onda. Catarina já era incapaz de suportar. A água infiltrava, o mastro se torcia e rompia e as ondas, sem piedade, investiam segundo após segundo, sem propor rendição, sem lhe dar um pouco que seja de ar para que possa respirar. A morte de Catarina não seria honrosa, lenta e nem majestosa. A última onda fora cruel, com seu tamanho mais avantajado do que as anteriores. A embarcação fora engolida completamente, voltando à superfície sem nenhum ponto ainda intacto. Pedro, impotente, se agarrava a ela, agora. Mais uma fenda fora aberta na madeira velha fazendo com que ela afundasse a bombordo em questão de segundos. Catarina XIII chorava e rangia em quanto ia ao encontro do fundo do mar.
Sozinho, ele deveria encarar o mar. Era apenas um homem a enfrentar toda a lâmina d’água rígida e impiedosa. Os paredões de mar se formavam brincando com ele, torturando-o. Em poucas ocasiões ele era capaz de por suas narinas na atmosfera inspirando com dificuldade o ar e as gotículas da chuva. Até sua respiração o torturava, pois a água salinificada adentrava por vezes em suas vias respiratórias arranhando a traquéia o que fazia sua respiração lhe causar dor mesmo que no disperso ar. Seus ossos, juntas e dedos doíam em função da temperatura quase negativa da água do mar. Nem o choro lhe era permitido, pois os olhos abertos serviriam como mais um presente para a natureza poder torturá-lo ainda mais.
Seu corpo em escuridão plena. O ar havia se perdido por completo e líquido regia o seu lugar em quanto afundava sem lutar. Os segundos sufocantes antes do fim lhe impediram de pensar. Tudo se perdia: a consciência, a essência. O funeral seria ali, no mar, junto a sua amada Catarina XIII. Adeus Pedro; adeus Catarina.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Soneto da devoção
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez... — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Soneto do Despranto
Desgraçado, que vida em pranto,
Sem ter esperança que possa-lhe
Desvirtuar todo este manto.
Assaltar toda essa mágoa
Intrínseca ao foco no olhar,
Ponderado ao modo de andar.
Livre calma alma se tornará,
Feliz de novo estar a sonhar.
Graçado, por andar sobre este
Passado estorvo desgraçado.
terça-feira, 1 de março de 2011
Última carta de amor e ódio
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Roleta russa
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
O Menestrel
Você aprende...
Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são contratos e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.
Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é ince
rto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se levam anos para construir confiança e apenas segundos para destruí-la… E que você pode fazer coisas em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam…
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não importa aonde já chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer caminho serve.
Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém… Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo. Aprende que com a mesma severidade com que julga você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.
Por William Shakespeare
domingo, 17 de outubro de 2010
O Escritor
Suas mãos, em movimentos tristes e apaixonados, deslizaram sobre o ar, alcançando o caderno passando a escrever com clama ao mesmo tempo em que o sorrio transparecia aos poucos em seu rosto. Cada palavra que escrevia era dedicada e capaz de lhe fazer lembrar sua amada, por mais que ela já não estivesse entre vivos. Escrever sobre Ela era, para ele, como se a ressurreição Dela deixasse de ser a ficção de sua mente, mas realidade – mesmo que em papel e tinta fresca.
Por Pedro Nunes Rodrigues